Desde antes de decidir engravidar novamente eu tinha um grande medo. Medo de como seria a chegada de um irmão na vida da Melanie. Como ela reagiria, como iria se comportar conosco e com ele(a), se iria gostar, se seria feliz tendo um irmão ou irmã.
Depois de muito pensar, a decisão foi tomada e em fevereiro engravidei do Leonardo. Posso dizer com certeza que os primeiros três meses foram os mais difíceis com a Mel em relação à gravidez. Ela sacou na mesma hora que algo novo estava vindo, que algo chegaria para mudar a nossa vida.
Começou a ficar mais manhosa e a fazer birras homéricas. De repente não queria mais entrar na escola, o que nunca tinha acontecido, nem no início, na adaptação das primeiras semanas. Agarrava-se em mim, chorava, não queria sair do meu lado. Em casa, pedia muito colo e muita atenção, minha e do pai. Falei bastante sobre isso nesse post aqui.
Tivemos muita paciência e carinho para lidar com toda a situação e o que aprendi foi que, quando lidamos com crianças, não basta apenas sabermos, sentirmos. Precisamos verbalizar. É necessário falar, conversar com eles e dizer coisas que para nós parecem óbvias.
Passei a dizer com frequência que um irmãozinho estava chegando, mas que nada mudaria na vida dela, que continuaríamos a amando da mesma forma, que ela sempre seria nossa menininha. Dizia também o quanto seria bacana quando esse irmãozinho chegasse, que iríamos nos divertir muito juntos e das brincadeiras que faríamos. Além disso, sempre dizia que a compreendia, que sabia que ela sentia medo e que estava ali para ajudá-la a passar por isso.
Pode parecer estranho para algumas pessoas essa conversa com uma criança de três anos, já que muitos pensam – como eu pensava – que eles não entendem. Mas sim, eles podem compreender tudo o que falamos, especialmente se há uma intenção verdadeira por trás de uma conversa. Para nós, verbalizar, ter muita paciência e carinho foi o caminho certo. E encarar tudo com muita normalidade, sempre.
Também a incluímos em tudo que dizia respeito ao bebê. Desde a escolha do nome à montagem dos móveis e organização das roupinhas. Ela participou de todos os momentos e isso foi muito importante para que ela entendesse que um novo ser, um outro indivíduo iria chegar para dividir a vida (e os pais!) com ela.
Passado o turbilhão dos primeiros três meses, tudo foi muito tranquilo, com exceção dos pedidos de colo, que continuaram até o final da gravidez. (e que eu sempre atendi, alheia aos pitos e broncas que levava de todo mundo).
Quando fomos para a maternidade, fiquei muito preocupada pensando em como seria quando voltássemos para casa com o bebê. Tive medo que a Melanie fosse agressiva com ele ou ficasse sentida conosco. E depois de pensar, achei que seria melhor que ela o conhecesse ainda ali, que fosse nos buscar, para irmos então todos juntos para casa.
Por sorte nos lembramos de filmar esse momento e ele não poderia ter sido mais lindo.
Eu estava sem vê-la a dois dias, morrendo de saudades. Quando a vi, não contive as lágrimas. Nossa, como ela parecia grande agora! Senti como se não a visse há meses, ela parecia tão maior e tão mais esperta. A minha menina.
Depois de abraçá-la, foi a vez de apresentá-la ao irmão. Ela, muito sabida, já o viu de imediato e arrisco dizer que ela o amou no mesmo instante. O “azulzinho”, como ela o chamou.
Desde aquele dia o carinho entre eles só cresce, mais da parte dela, é claro, já Leonardo tem menos de dois meses. As frases que mais ouço, todos os dias, são: “que bonitinho ele” e “como ele é pequenininho”. E agora ela o chama de pitoquinho.
Todas as vezes que vou trocá-lo ela faz questão de ir junto, para me ajudar. Segura a fralda, joga a água do potinho, canta para ele parar de chorar. No banho ela fica ao nosso lado, me passa o frasco de sabonete líquido ou a toalha, fica muito atenta a qualquer coisa que eu possa precisar.
Todas as vezes que ele chora, ela diz “não precisa chorar, a Melanie já chegou” e eu digo “poxa vida, que bom que você está aqui Mel! o Leo precisa muito de você”.
Todas as vezes que ele espirra ela diz “saúde Leo!” e quando ele solta pum ou faz barulho de cocô, ela diz “Leo, que porquinho!”.
Todas as vezes que deixamos um cômodo da casa ela diz “cadê o Leo? você esqueceu o Leo, mamãe?!” e quando ele está dormindo ela fala baixinho, diz que “o Leo está dormindo, shhhh”.
O que ela mais gosta de fazer é pentear os cabelos dele. Acho que por isso o coitado ficou careca. (brincadeira, cabelos de recém nascidos caem mesmo…)
Tudo isso me enche de orgulho, essa maturidade dela em entender que temos mais uma pessoa em casa. Uma pessoa pequenininha, que demanda cuidados e carinho, vindos inclusive, dela.
Claro que temos nossos momentos tensos também e não são poucos. Dela querer segurá-lo ou beijá-lo e não saber que isso precisa ser feito com muito cuidado e suavidade. Dela ficar subindo em cima da gente quando estou amamentando ou com o Leo no colo. Dela querer jogar bola comigo quando estou dando banho ou trocando uma fralda e eu ter que dizer que naquele momento não posso, e inúmeras outras situações. Umas hilárias e outras desesperadoras (assunto para posts vindouros).
Nosso tempo agora é dividido entre os dois e claro que isso não é fácil nem para nós nem para eles, para a Melanie, principalmente. Mas tudo sempre é contornado com muita conversa e sempre tentando distraí-la ou fazê-la ver as coisas por outro ponto de vista. Nunca em tom de proibição ou de perda.
Também nunca esqueço de elogiá-la e incluí-la nos paparicos que temos com ele. Se o pequeno ganha um cheiro, um carinho, uma declaração de amor vinda de pais meio bobos ainda, ela ganha também. E assim vamos evitando o ciúme e fazendo com que não aja competição da parte dela.
Então por enquanto, em relação ao Leo, Melanie está muito tranquila e mais carinhosa do que poderíamos esperar. Já como estou fazendo para dar conta sozinha de dois filhos, casa, trabalho, ah, isso é assunto para outro post. :)
Este texto foi publicado no Blog Confessionário do Bebê.com.br > http://bebe.abril.com.br/blogs/confessionario/2014/01/06/a-chegada-de-um-irmao-como-lidar/
Que bonitinhos. <3
Ai Mi… essas fotos traduzem o amor… <3
sem mais!
Oh Mi…. que vídeo lindooo… impossível não se emocionar… e a mel, que linda, uma princesa toda encantada com o irmão! Parabéns viu! Mais uma vez fico encantada em ler suas postagens!!
Como eu fico feliz quando tem post novo, e como ando apaixonada pelos seus textos Michelle. As fotos realmente traduzem o amor…
Que Deus abençoe vcs !!
Você realmente me emociona Michelle. Seus textos cheios de ternura e de carinho me fazem refletir muito sobre a minha relação com minha filha e fantasiar como será quando tiver mais um filho.
Desejo tudo de melhor para sua família!
ps: e o que é essa Mel, hein? Uma fofa, fazendo carinho em você o tempo todo enquanto vocês conversavam. Demais!
Q lindo seu texto e parece q fui eu quem escrevi.
Pq?
Tenho uma filha, Anna, de 3 anos e um bebe, Bernardo, de 2 meses.
E td q vc escreveu é exaramente pelo q passamos aqui!
A minha Anna tb beija sem moderaçao e aperta o pequeno mas adora acompanhar a troca de fralda e os cuidados mas morre de ciume e se transformou em outra criança!uitas vezes agressiva com a gente e manhosa demais!
Mas ela ama o irmao!
Qdo ela acorda a primeira pergunta sempre é “kd o bernardinho?”
É um amor q a gente nao ensina!
É natural e mata a gente de orgulho!
Seus filhos sao lindos demais! Parabens!
Saude infinita pros dois e pra vc!
Beijos
que lindo essa forma da Mel ver o irmaozinho.. lembro de quando meu irmao nasceu, eu fazia muita birra, mas ao mesmo tempo amava aquela novidade tao pequenina! Crianças sao assim, a Mel esta se saindo muito bem viu.
Bjos!
Que lindo! Fiquei muito emocionada! Ainda não tenho o 2º filho mas desejo ter em breve! Parabéns!