Um dos principais assuntos que geram muita ansiedade e preocupação de mães e pais é o desenvolvimento da fala de seus filhos. Muitas são as dúvidas em relação a esse assunto. No entanto, o mais importante é saber que tudo tem o seu tempo, e que relaxar sem descuidar é o melhor a fazer.
Com o objetivo de fugir um pouco da rigidez de livros e revistas especializados, trazemos alguns esclarecimentos sobre esse tema tão discutido, tentando minimizar a angústia e fazer com que o processo seja o mais agradável possível.
E, por favor, nada de comparações exageradas: cada criança é única!
1. A partir de que idade é esperado que o bebê pronuncie suas primeiras palavras?
Logo no início da vida, aproximadamente entre os 3 e 6 meses, o bebê já emite alguns sons isolados e incompreensíveis, que é famoso Balbucio. O Balbucio é inato, ou seja, todos os bebês balbuciam. Após esse período, por volta dos 6 a 9 meses, dá-se a fase da Lalação, que compreende o início da pronuncia de fato, das primeiras sílabas. Com o primeiro ano de vida, começam a ser pronunciadas as primeiras palavras com significado.
2. Existe algo que possa se fazer para garantir um bom desenvolvimento da fala para a criança?
Garantir é um termo muito pesado, o ideal seria facilitar.
Em primeiro lugar está a realização do “Teste da Orelhinha”, se possível, antes da alta da maternidade. Minimizada a hipótese de perda auditiva ao nascimento, nada pode ser comparada a estimulação sensorial. Todo bebê deve receber estímulos auditivos variados durante o seu desenvolvimento. Conversas, brincadeiras educativas, músicas infantis, tudo isso pode ajudar não só no desenvolvimento da fala, como no desenvolvimento global da criança. Porém, vale lembrar, que a fala é uma habilidade natural do ser humano e deve se dar de forma espontânea.
3. É normal uma criança de 2 anos pronunciar poucas palavras?
O esperado é que por volta dois anos, a criança consiga reproduzir parte do vocabulário com o qual tem contato, sem, necessariamente, formar frases completas. Sendo que o mais importante que a fala propriamente dita, é a capacidade que a criança tem de compreender o mundo a sua volta, o que lhe é dito e de alguma forma, se fazer entender.
4. Quando podemos esperar as primeiras frases?
Geralmente, por volta dos 2 anos de idade. Inicialmente as frases são curtas e exprimem a vontade da criança naquele momento. Exemplo: “me dá”, “não quero”.
5. A criança não fala o que deseja, mas usa o “apontamento” como forma de se expressar. O que fazer?
Sempre que a criança apontar o que deseja, é muito importante que a fala seja estimulada. Mesmo que a criança não pronuncie a palavra corretamente ou se recuse a falar, o “outro” deve sempre lhe oferecer o modelo correto e não atendê-la prontamente ao apontar.
6. O que fazer quando a criança fala “errado”?
Em primeiro lugar, nunca se deve repetir o erro da criança! Outra atitude muito importante é a de não corrigir o erro. Sempre que a criança pronunciar alguma palavra errada, deve, imediatamente, receber o modelo correto, sem que seu erro seja reforçado. Exemplo: “Quero uma biquiqueta.” O adulto deve dizer: “você quer uma bicicleta?”
7. Existe alguma maneira ideal para os pais se comunicarem com uma criança?
A fala correta e adulta é o modelo ideal. É muito importante evitar a infantilização da fala do adulto, não usar diminutivos, não criar outras palavras para nomear objetos e não usar onomatopeias para se referir a animais. Por exemplo: a chupeta chama-se chupeta e não pepeta. O cachorro chama-se cachorro e não au au.
8. Até quando pode ser considerado normal os erros de fala?
Depende do erro e depende da idade da criança. Uma criança de 3 anos que não fala o R e o L nos grupos consonantais (prato, blusa), não pode ser considerada como uma “criança que fala errado”. Do mesmo modo, uma criança de 3 anos que não fala o P e o B (papai, bola), que são os primeiros fonemas a serem adquiridos, já merece maior atenção dos pais em procurar uma orientação profissional.
9. Quando pensar que a criança realmente pode ter uma alteração na fala?
Até os 4/5 anos, as crianças estão em processo de aquisição dos fonemas e podem apresentar alguns erros na fala. Mas é preciso que se fique atento se esses erros não se corrigem naturalmente ou se a fala da criança é extremamente diferente dos seus colegas da mesma idade.
É muito importante que o adulto tenha paciência e atenção para com o desenvolvimento da criança. No entanto, quando a criança fala muito errado e isso impede que ela se comunique, é importante procurar ajuda profissional.
10. Que profissional devo procurar se meu filho apresentar alguma alteração de fala?
O Fonoaudiólogo é o profissional habilitado para avaliar, diagnosticar e tratar os problemas relacionados à fala.
Sem radicalidade, saiba quando cada som já deve estar sendo pronunciado da forma correta.
Até os 3 anos:
/p/ como em pato;
/b/ como em bola;
/t/ como em teto;
/d/ como em dedo;
/k/ como em casa, quero;
/g/ como em gato, gol;
/m/ como em mamãe;
/n/ como em nada;
/nh/ como em ninho;
/f/ como em feliz;
/v/ como em vaca.
Até os 4 anos:
/s/ como em sapo, céu, escola;
/z/ como em zebra, casa;
/ch/ como em xícara, chuva;
/j/ como em janela, gelo;
/tch/ como em tia
/dj/ como em dia
/r/ como em arara;
/R/ como em rato, carro;
/-R-/ como em porta, amor (dependendo da região).
Até os 4/5 anos
Encontros consonantais (planta, braço, droga, blusa, trigo)
artigo escrito por Carolina Sepeda, Fonoaudióloga – CREFONO1 9930/RJ
Obrigada pelo texto super esclarecedor Carol!
POST PERFEITO!!
PARABÉNS!!
Adorei o post, principalmente as dicas sobre os sons e a idade da criança. As meninas estão com 2 anos e 2 meses e falam praticamente todas as palavras da lista, mas vou prestar atenção no som exato que elas emitem e ensiná-las outras que elas ainda não falam.
Nossa!!! Caiu como uma luva já que o Caio quase não fala.
Gostei muito!
A Manu tem 2 anos e ainda não fala nada além de papai e mamãe e usa muito os gestos pra se comunicar… o que me deixa uma pouco mais tranquila é o fato dela entender tudo. Mas coração de mãe sempre é ansioso né?
Parabéns pelo blog cada dia mais completo!
Bjs
Amei!
Sobre o desenvolvimento da fala | Vida Materna xciruzoaad oijuvqjynqi wippvvkwe uuydnyhbdy npwoswu zohfjr